Google for Education: um Iceberg de Possibilidades

Google for Education: um Iceberg de Possibilidades

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Por Luciana Santos

Doutoranda em Tecnologias  da Inteligência e Design Digital, com MBA em Inteligência Artificial, Data Science e Big Data. Professora certificada pelo programa Google Certified Innovator

Por que G Suite for Education?
O G Suite for Education é um conjunto de ferramentas e serviços gratuitos do Google, personalizados para escolas e Universidades. Atualmente conta com milhões de usuários de professores e estudantes em todo o mundo e tornou-se uma solução digital de fácil adoção e escala para o contexto educacional. 

Um dos aspectos relevantes do G Suite for Education é a diversidade de aplicativos e funcionalidades que coexistem de forma integrada e disponível de forma nativa, em nuvem, dentre eles destacamos: Google Drive, Documentos, Slides, Planilhas, Formulários, todos eles integrados ao Google Sala de Aula em poucos cliques. Custo, escala, flexibilidade e facilidade de usabilidade, colaboração e compartilhamento no processo de adoção tecnológica são diferenciais importantes da proposta do Google para Educação.

Tendências educacionais emergentes conectadas ao ecossistema Google para Educação

Uma das grandes tendências do currículo é a flexibilidade. A flexibilidade vai além da estrutura e oferta da matriz curricular e engloba fundamentalmente a experiência de ensino e aprendizagem de professores e estudantes, em um arquitetura curricular com foco no desenvolvimento de habilidades, combinada  aos momentos síncronos e assíncronos, em em formato digital e analógico, conectada à demandas reais da vida, sociedade e carreira. 

Quando observamos tendências, tecnologias e práticas emergentes é possível conectar com maior assertividade o ecossistema Google para educação.

Tecnologias de Aprendizagem Adaptativa:

O conceito de Aprendizagem Adaptativa  surge da percepção de que cada um aprende de forma diferente do outro, de formas e ritmos diferentes e, portanto, o ensino precisa identificar essas diferenças e oferecer possibilidades de aprendizagem diferenciadas.  O ponto fundamental para que aconteça essa forma de aprendizagem é identificar os meios como cada estudante aprende e criar estratégias que possam, ao mesmo tempo, atender às necessidades do currículo e às necessidades de cada estudante. Um importante ganho nesse processo é o engajamento, motivação e feedback, uma vez durante o processo, o estudante se torna capaz de identificar os pontos em que precisa melhorar. 

Nesse processo, as tecnologias são fundamentais, seja na identificação das necessidades dos alunos, seja no planejamento do currículo, ou na criação de estratégias para alcançar o aprendizado. 

Na Aprendizagem Adaptativa,  o Google Classroom ou Google Sala de Aula possibilita a distribuição e compartilhamento de materiais didáticos, atividades e avaliações, que orientadas por métricas previamente definidas proporcionam a coleta de dados sobre o desempenho de cada aluno, permitindo relacionar dados sobre engajamento nas entregas e mapeando qualitativo do desempenho dos estudantes, como potencialidades e dificuldades, bem como,  estratégias de avaliação diagnóstica sobre diferentes dimensões cognitivas ou de habilidades.

Na arquitetura tecnológica do Google Classroom, é possível propor diferentes atividades integradas a formas de aprender diferenciadas, agrupando estudantes por projetos, grupos, desafios, entre outros.

Os recursos de compartilhamento, o uso de diferentes formas de avaliação e geração de relatórios individuais ou em grupo faz com que a Aprendizagem Adaptativa possa ser uma prática integrada a experiência digital de estudantes e professores. 

A computação em nuvem é uma outra tendência de fundamental importância para o crescimento e escala de qualquer instituição. Neste sentido, o Google Drive é um recurso que permite muito mais do que somente armazenar dados na nuvem. Com ele, é possível promover a aprendizagem colaborativa, estudantes e professores interagindo em tempo real, acompanhar a execução de atividades, além de identificar dificuldades e propor intervenções, de forma dialógica. Ainda na perspectiva da aprendizagem adaptativa e da computação em nuvem, o Google Documentos e Slides são ferramentas que também impulsionam o desenvolvimento de habilidades como: a criatividade, a colaboração, o compartilhamento e a comunicação. 

Com o Google Documentos, os estudantes podem realizar as atividades de forma compartilhada, como também solicitar ao professor um acompanhamento da sua atividade em tempo real. Esse recurso facilita a checagem de dados, integrados com a  ferramenta de pesquisa, assim como a edição, indicação das referências, inserção de imagens, textos, vídeos e outros recursos disponíveis na rede. O professor pode acompanhar o desenvolvimento, verificando o progresso do estudante e principalmente a forma com a qual ele evoluiu. Esse acompanhamento permite que se perceba em que etapa do processo o estudante se encontra e replanejar o processo, de modo a criar atividades que possibilitem o desenvolvimento do aluno, tanto quanto o aprimoramento de competências já desenvolvidas. Já o Google Slides, além de todos os recursos de edição com a incorporação de inteligência artificial na sugestão de layouts e sincronia com os demais Apps. Além disso, usabilidade e  facilidade no processo de criação, permite entre outros requisitos do trabalho pedagógico, a avaliação de habilidades de linguagem verbal e visual como a contação de histórias, por exemplo.   

O acompanhamento do desenvolvimento de competências e habilidades é fundamental para a aprendizagem adaptativa. Com o Google Formulários este processo é realizado de forma rápida e eficiente com a construção de avaliações com questões objetivas e discursivas, com feedback imediato ou programado.  Alinhado às trilhas de aprendizagem do Google Classroom permite gerar relatórios da evolução dos estudantes na comparação com o desempenho da sala, como do desempenho individual. A computação em nuvem é uma outra tendência de fundamental importância para o crescimento e escala de qualquer instituição. Neste sentido, o Google Drive é um recurso que permite muito mais do que somente armazenar dados na nuvem. Com ele, é possível promover a aprendizagem colaborativa, estudantes e professores interagindo em tempo real, acompanhar a execução de atividades, além de identificar dificuldades e propor intervenções, de forma dialógica. Ainda na perspectiva da aprendizagem adaptativa e da computação em nuvem, o Google Documentos e Slides são ferramentas que também impulsionam o desenvolvimento de habilidades como: a criatividade, a colaboração, o compartilhamento, a comunicação. 

Atualmente no topo das tendências emergentes em educação, a Inteligência Artificial e o Machine Learning estão se popularizando no escopo de soluções tecnológicas para educação. O Google é umas empresas que mais investem em inteligência artificial e  aprendizado de máquina (Machine Learning), um subconjunto da IA. 

Na área educacional, sistemas de recomendação e interação com usuário se tornam presentes no cotidiano de usabilidade em vários aplicativos como o Gmail, Google Documentos, Slides, Planilhas, Agenda, para citar os mais utilizados. No entanto, no âmbito deste conteúdo, não é possível detalharmos todas as aplicações de IA e Machine Learning por isso, categorizamos algumas funcionalidades em outras subáreas que estão na pauta educacional e que utilizam IA em suas funcionalidades.

Recursos Digitais Imersivos

Uma experiência de aprendizagem por imersão é altamente interativa e permite que o estudante viva uma experiência que simula a vida real, como a resolução de problemas, desafios ou ainda simulações e vivências com um determinado objeto de conhecimento. Alguns recursos digitais permitem experiências muito mais reais de imersão na realidade, como por exemplo, os equipamentos de realidade virtual, que simulam um procedimento cirúrgico, ou a gamificação, em que é possível ranquear o desempenho ou outros atributos que envolvem a aprendizagem. 

O aplicativo Google Expeditions permite a imersão em vários ambientes, usando recursos de realidade virtual ou de realidade aumentada. Um dispositivo móvel, como os óculos de realidade aumentada, permite aos alunos conhecerem objetos em 3D. 

Já o Google Maps e Street View explora muito bem a geolocalização e a criação colaborativa, a comparação de mapas de lugares, comunidades, regiões ou estudar a mobilidade urbana, como o trânsito ou transporte público, por exemplo. 

O Google Earth permite conhecer em modelo 3D regiões em todo o mundo, o que para a área de engenharia, meio ambiente, arquitetura, entre outros, se torna um potencial incrível para projetos, simulações e resolução de problemas. Para finalizar o circuito dos principais  recursos imersivos do Google para educação, o Arts & Culture utiliza a tecnologia do Street View e disponibiliza acesso aos principais museus do mundo, um potencial pouco explorado em projetos de internacionalização, por exemplo.

Learning Analytics – Análise da Aprendizagem

A avaliação da aprendizagem pode ser um dos pilares para a implantação de diretrizes analíticas em uma instituição de ensino. Coletar, classificar, mensurar e qualificar os dados de desempenho dos estudantes tem se mostrado uma ação estratégica, tanto no que se refere à permanência, como no controle da evasão e na implementação de indicadores de qualidade e gestão curricular. 

No ecossistema Google para educação, três ferramentas despontam como estruturais na coleta de dados: normalização, classificação e mensuração. Transformam dados em informações sobre o comportamento da aprendizagem a partir do desempenho de estudantes em avaliações, como Google Planilhas e o Data Studio. 

Transformação e adoção de uma cultura digital: construindo redes de conhecimento e inteligência estratégica

Com a compreensão do ecossistema de ferramentas e recursos Google para educação, associadas às tendências importantes da pauta educacional, fica mais fácil falar de transformação e adoção de uma cultura digital com impacto na gestão de currículos, na qualidade da aprendizagem e experiência digital de professores e estudantes.

Qualquer processo de adoção tecnológica exige atenção às etapas técnicas que se relacionam com a integração e implementação das tecnologias. Trabalhar em nuvem já se torna um diferencial importante no processo de escala de soluções tecnológicas, uma vez que o processo deixa de ser hierarquizado e linear e passa a ser integrado e conectado.

Superada as etapas de integração a adoção tecnológica se torna um desafio para o pedagógico, principalmente no que se refere ao uso estratégico dos recursos e ferramentas para promover a aprendizagem e não somente a entrega de conteúdos e atividades.

O grande potencial desta fase é o processo de incorporação do G Suite como ferramenta de gestão do currículo, planejamento didático e avaliação da aprendizagem, agregando uma maior diversidade de experiências aos estudantes e proporcionando o desenvolvimento de competências como: raciocínio lógico e matemático, leitura e interpretação, resolução de problemas, pensamento computacional, análise crítica, trabalho em equipe, colaboração e criatividade.

Para evidenciar a adoção de uma cultura digital é importante observar essas três grandes dimensões:

Dimensão 1: Planejamento didático-pedagógico  Dimensão 2: Avaliação da aprendizagem Dimensão 3: Gestão do currículo

A dimensão 1: o planejamento didático-pedagógico precisa ser integrado ao conceito de competências e habilidades, organizando diretrizes para o professor, no que se refere a metas de aprendizagem (competências), habilidades (práticas), valores e atitudes. Esta mudança pressupõe uma nova forma de pensar do professor. Para isso, além das formações específicas, o trabalho em nuvem com o uso de drives compartilhados e o registro em Google Planilhas se torna importante para organizar e sistematizar templates diversificados criando métricas e parâmetros mensuráveis ao trabalho de planejamento didático pedagógico.  

Já a dimensão 2 é sempre um dos maiores desafios para o processo de transformação digital e cultural da escola ou universidade. A avaliação da aprendizagem, quando planejada e orientada para mensurar o processo de desenvolvimento de competências e habilidades, tem impacto diretamente na experiência curricular. Ou seja, planejar e aplicar avaliações além das tradicionais com ênfase em conteúdos, amplia as possibilidades de avaliação que passa além das provas, possibilidades de aplicação de projetos, simulações, trabalhos colaborativos, hackathons resolução de problemas ou desafios, modificando de forma significativa os processos de interação dos estudantes com os componentes curriculares.

Documentos colaborativos, Google Sites, Planilhas, Slides, Maps e Earth, Formulários adaptativos se tornaram base da experiência na implementação de recursos avaliativos. 

Vale destacar que um dos benefícios mais importantes com o uso do Google Formulários é a criação do banco de questões com provas organizadas no Google Drive, que passa a ser um ativo institucional validadas com indicadores de qualidade formulados pela instituição de ensino.

O desafio desta da dimensão 3: gestão do currículo, é implementar a cultura de Learning Analytics, para os gestores e lideranças educacionais, tornando visível, todos os processos realizados nas dimensões 1 e 2, possibilitando desta forma, mensurar e reorganizar de forma contínua os diferentes contextos de ensino e aprendizagem. 

Para tangibilizar a tecnologia voltada a gestão do currículo, é fundamental organizar um hub centralizado de dados, usando o Google Data Studio.  Com a aplicação desta ferramenta, é possível gerar evidências contínuas direcionadas a apoiar o trabalho de gestores, coordenadores e professores, como:

Avaliar o desenvolvimento dos estudantes em competências e habilidades ao longo do ano; Fornecer feedback personalizado aos estudantes sobre sua aprendizagem; Gerar recomendações sobre a melhoria de desempenho dos estudantes; Usar o Google Classroom para organizar, distribuir e coletar de forma contínua e processual os dados de aprendizagem dos estudantes; Orientar e atuar de forma propositiva e assertiva na orientação de readequação do planejamento e das práticas pedagógicas de professores e coordenadores.

A existência de espaços de criação e inovação nas escolas e universidades com uso de tecnologias se faz cada vez mais necessário no cenário atual. Este desafio sem dúvida precisa ser entendido como um processo de transformação, em que as soluções sejam ágeis, abertas e escaláveis, considerando fundamentalmente as demandas das escolas e universidades. O impacto da adoção de uma cultura e transformação digital está muito além da tecnologia. O valor está em qualificar os processos de ensino e aprendizagem, usando as tecnologias para criar, colaborar, planejar, avaliar e mensurar as metas planejadas, executadas e alcançadas. 
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