Educação 4.0: aulas dinâmicas e interativas

Educação 4.0: aulas dinâmicas e interativas

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Por Luciana Santos

Análogo à revolução 4.0, que vem transformando o mundo com as tecnologias exponenciais como a Internet das Coisas (IoT), Robótica, Big Data e Inteligência Artificial (IA), afetando as principais indústrias e, no que lhe concerne, a automação do trabalho e toda sociedade, a educação 4.0, impulsionada pela conectividade, aprendizado de máquinas, tecnologias inteligentes pelas, novas mídias, tem impactado o setor educacional que também tem  passando por transformações importantes.  O  relatório de The New Work Orde apresenta dados que não só reformulam a forma como pensamos o futuro do trabalho, mas, principalmente, como vamos desenvolver as habilidades para trabalhar, viver e produzir nesta sociedade. O conceito Learning by doing, ou seja, aprender fazendo, é uma das atuais pautas do cenário educacional. Essa abordagem pressupõe que os estudantes aprendam melhor participando do processo de aprendizagem. Seu desafio está centrado na transformação dos modelos educacionais tradicionais,  que, na grande maioria, não prepara os estudantes para as reais demandas da sociedade. O novo mindset está centrado em como desenvolver as competências, habilidades e conhecimentos para o futuro do trabalho,  não do passado. O consumo e o acesso à informação tem impulsionado novos modelos de produção e organização do conhecimento, que se tornam cada vez mais ágeis, personalizados e multimidiáticos.  Apontado também pelo  Fórum Econômico Mundial, no relatório The Future Jobs,  a criatividade, a capacidade de resolver problemas, o pensamento crítico, o trabalho em equipe e a comunicação estão no ranking das habilidades mais valorizadas na atualidade. O impacto deste cenário na educação tem exigido uma maior diversificação das salas de aula, que passam a ser orientadas como espaço de aprendizagem, dinâmicos e interativos, e, ao mesmo tempo, significativos no que se refere à entrega da experiência de formação dos estudantes.  O processo de ensino centrado na transmissão de informações  passa a exigir dos modelos educacionais tradicionais uma mudança e convergência de aplicações metodológicas diversificadas, focadas em uma abordagem de aprendizagem ativa do estudante. Novos desafios para o setor educacional  perpassam por várias esferas, com impactos importantes como: transformar informação em conhecimento, instrução em competências e habilidades, que vão além do domínio cognitivo, pois precisam orientar também o desenvolvimento das competências sócio-emocionais. Escolas, Universidades e salas de aula são espaços dinâmicos, interativos e sociais, onde professores e estudantes se comunicam, compartilham informações, interagem, e se desafiam a construir conceitos, ideias e novos conhecimentos uns com os outros. Promover o protagonismo, interatividade e a diversificação das metodologias aplicadas em sala de aula se tornam estratégicas neste contexto. A resolução de problemas, o incentivo à geração de  perguntas, a análise e a produção de novas soluções, que vão além das que estão previstas no domínio conceitual, são essenciais para ativar a capacidade analítica e criativa. No entanto, sabemos que os recursos e interações na sala de aula dependem fundamentalmente da intencionalidade de aprendizagem, associada a um currículo, dinâmico,  flexível e alinhado ao desenvolvimento de competências e habilidades. No centro dessas transformações sociais, econômicas, culturais e também educacionais, estão as tecnologias digitais.  A Educause apresenta as  principais tecnologias estratégicas para o Ensino Superior em 2020, das quais destacamos:
  • Usos de APIs (Interface de programação de aplicações)
  • Tecnologias de acessibilidade
  • Cloud Computing 
  • Dispositivos móveis no ensino e aprendizagem
  • Learning Analytics  (análise do comportamento da aprendizagem a partir de dados) 
  • Predictive analytics: análise preditiva para o sucesso do aluno
Para o Sundar Pichai, CEO, Google “A tecnologia, sozinha, não vai melhorar a educação, mas ela pode ser uma parte importante da solução”.  Recentemente, a empresa firmou  parceria com a Digital Promise e  criou o projeto Dynamic Learning Project, que oferece programas de formação em tecnologia para professores e instituições de ensino. O pensamento computacional também tem sido uma das iniciativas promovidas pelo Google for Education, por se tratar de   uma tendência importante na incorporação de currículos, já que a sua proposta tem o  foco na solução de problemas, na programação e no ensino de ciências, tecnologia, engenharia e matemática. As principais transformações tecnológicas influenciaram significativamente o processo de ensino e aprendizagem em todos os segmentos educacionais. A educação 4.0 é uma realidade. As instituições de ensino superior precisam, como nunca, planejar a experiência digital de seus estudantes, com foco no desenvolvimento de competências e habilidades,  na resolução de problemas reais e no pensamento computacional. O conceito das tradicionais aulas centradas em conteúdo configuram-se,  nos dias atuais,  em experiências dinâmicas e interativas, conectadas com o uso de tecnologias, mas, ao mesmo tempo, planejadas a partir de uma arquitetura cognitiva, em que os domínios conceituais, procedimentais e atitudinais estão direcionados a uma educação que coloca o estudante como protagonista.  Esta é, sem dúvida, um dos maiores desafios colocados pela 4a. revolução industrial, com impacto nas diversas dimensões sociais, econômicas, culturais e educacionais.
* Luciana Santos é doutoranda no programa Tecnologias  da Inteligência e Design Digital e mestre em Gerontologia [PUC-SP]. Pedagoga, com MBA em Inteligência Artificial, Data Science e Big Data. Docente no ensino superior nas modalidades presencial e online. Coordenadora educacional em projetos de Criatividade, Inovação e Tecnologias, com ênfase em Learning Analytics. Avaliação por Competências e Habilidades, Formação de Professores e Sistemas Personalizados de Aprendizagem. Também é professora certificada pelo programa Google Certified Innovator e pesquisadora na área de Processos Cognitivos, Machine Learning e Ambientes Digitais.
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